11 de agosto de 2009

Autor desconhecido

Quando você está solteiro, você deseja uma namorada bacanérrima, inveja todos os casais que vê pela frente, fica com várias mulheres cheirosas, deliciosas e fáceis (na sua opinião), sai pra lá e pra cá com seus amigos malucos, que obviamente te divertem e acaba (depois de quatro doses a mais) com um discurso manjado de como está difícil achar alguém legal pra dividir a vida, dividir os medos, o café da manhã, as contas e o tédio de domingo. E o blábláblá não acaba. Se embola com namoros virtuais e não entende porque só atrai gente problemática. Você se reconheceu em alguma palavra até aqui? Sinto dizer, é a vida! Mas como o mundo dá voltas e um dia é da caça e o outro do caçador (oba!), uma certa hora você se depara com uma pessoa incrível, que te faz acreditar que amor não é marketing, nem invenção de Shakespeare. E você se sente abençoado, agradece aos céus por achar uma mulher tão sensível e vocês vivem felizes para sempre! Felizes e apaixonados até constatarem o óbvio: ninguém é perfeito! Aí começa um outro discurso. Nem melhor nem pior, mas diferente. É reclamação que não acaba, a velha saudade da vida de solteiro que bate, aquele defeito charmoso dela, agora faz você ficar louco. Louco não, louquíssimo! E você sente falta de acordar sozinho, sente falta do seu espaço, sente falta dos seus amigos e das noites divertidas que vocês passavam, sente falta de não ter que ligar e dar explicação de onde você estava e o pior: começa a achar graça naquela moça que você nunca achou a menor graça. Mentira minha? Pois é, solteiros, casados, juntados, a questão não é o estado civil, mas a sensação que volta-e-meia volta: nunca estamos satisfeitos! A vida é feita de escolhas e em cada escolha há uma perda. E perder dói! Se você se sente plenamente realizado todos os dias com alguém que você convive há muito tempo (namoros à distância e paixões tumultuadas não estão em questão), parabéns, eu não conheço ninguém igual a você. Porque não é fácil ficar sozinho, não é fácil viver com alguém, mesmo que seja o grande amor da sua vida. Conviver é uma arte complicada. Haja tolerância, paciência e jogo de cintura para agüentar nossos defeitos e os do outro. Viver sozinho também não é mole. Haja sabedoria para estar só e se sentir sempre em paz, mas como nada nunca é perfeito, penso que a única saída é aproveitar cada momento (independente do estado civil que você se encontre) e aceitar a realidade como um presente. Porque perfeito mesmo só a imperfeição. Que faz ter sentido até o que não tem explicação.

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