27 de dezembro de 2009

St. Fields

Os sinais

Continuo embaixo da chuva. Estou vendo a água fria do céu apagar o cigarro. Não existe vontade de acendê-lo novamente na boca de alguém. Não há tesão para me inclinar contra o fogo. Minha loucura é uma música noturna que me invade. Então não me preocupo com as cinzas que caem geladas no chão. São nuvens em fumaça de antiguidades. Pueira entre as páginas de um livro que cai bem numa sexta-feira. Não me importo com a bebida da descrença ou com o vômito das pessoas que fogem. Deixo o cigarro murchar, deixo as minhas pernas sentirem frio. Aquele frio de humanidade, e só. Só humanidade. Penso que a tal fogueira dos pecados, depois de tragada, parece apenas pó de giz. Congestionando a garganta e intopindo maneiras de falar, de dizer, de gritar, de chorar, de sorrir. São só clichês e clichês que fazem o mundo. Como o frio nas pernas, os pêlos arrepiados nos braços e o raio que o parta! É tudo vontade de ver a chuva cair, de pagar a passagem pra longe, de um primeiro gole em você.


Eu estou vendo a chuva cair e deixando meu rosto molhar. Às vezes, e quase sempre, você só quer chorar. E não importa o porquê, mas isso não é triste.

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